~~ Bom, esse foi um trabalho feito pro colégio há muuuuito tempo... Nos foi dado um início e devíamos dar o desenrolar de um conto. Gostei tanto que acabei fazendo duas versões x) [essa é a primeira, postada em 07/12/2010]. Espero que gostem ~~
Numa tarde de outono, um jovem decidiu visitar sua namorada. Ao chegar à casa dela, descobre que a porta está aberta. Estranhou, o resto da casa estava fechada e ela nunca esquecia nada aberto, ainda mais a porta (morria de medo de ladrões)! Nem pensou em ligar, estava só de passagem e não iria demorar mesmo. Virou-se para partir quando quando algo como um estalo em sua cabeça o fez parar.
A rua estava deserta! - por que uma rua tão movimentada estava sem viva alma? - O dia estava nublado e frio, quase escuro e, mesmo assim, não havia nenhuma luz em nenhuma casa. Virou-se num sobressalto quando um carro passou ao longe (muito longe) e num impulso correu de volta à casa.
Parou com a mão na maçaneta da porta.
Estava entreaberta.
Devia ter sido o vento.
Não havia vento.
Olhou para cima e viu a luz bruxuleante no andar de cima; como a luz maliciosa de velas se insinuando por entre as cortinas do quarto antes escuro (o quarto estava mesmo escuro ou ele não vira isso antes?).
Sentiu um cubo de gelo descer até o estômago ao tentar respirar fundo. Percebeu que estava suando... E tremendo... O silêncio comprimia seus ouvidos... Sentia que ia gritar...
Escancarou a porta.
A casa estava um breu. Arfando (sem saber porque) tentou perguntar se havia alguém alí quando descobriu que a voz não lhe obedecia. Havia um ruído baixíssimo no ar, mas ele nem percebeu. O que o fez entrar e, ignorando sua vontade de sair correndo, subir as escadas foi o cheiro.
Um cheiro fortíssimo. Era como uma mistura de ervas desconhecidas (doces e enjoativas) e... Algo mais.
Parou em frente à porta do quarto. Estava encostada e a única luz da casa escapava dançando por debaixo dela; só então se deu conta da música. Era uma nota grave cantada ininterruptamente (os monges cantavam coisas assim, não?).
Com um toque suave empurrou a porta e esta se abriu.
Sua respiração parou.
Aleatoriamente constatou que o algo mais era sangue.
Meu Deus... Aquela cena não podia ser real! Devia estar sonhando! Devia...
Não viu mais nada. Um gritou calou-se em sua garganta. O corpo caiu no chão ao lado do primeiro, apagando a última vela.
Nesse momento um raio partiu o céu e a chuva desabou. A dona de casa saiu correndo para recolher a roupa; alguns carros viraram a esquina; uma mãe gritou para o filho entrar em casa; um cachorro uivou ao longe.
A casa permaneceu fechada por anos. Ninguém sabia quem a havia comprado. E nem mesmo cachorros ou andarilhos se atreviam a cruzar aqueles portões.
Diziam que era mal assombrada.
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