quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Numa tarde de outono [2]

~~ Bom, esse foi um trabalho feito pro colégio há muuuuito tempo... Nos foi dado um início e devíamos dar o desenrolar de um conto. Gostei tanto da brincadeira =) que acabei fazendo duas versões (essa é a segunda, que eu gostei mais. mas vocês podem conferir a primeira aqui) enjoy x]  ~~


    Numa tarde de outono, um jovem decidiu visitar sua namorada. Ao chegar à casa dela, descobre que a porta estava aberta. Estranhou, o resto da casa estava fechada e ela nunca esquecia nada aberto, ainda mais a porta (morria de medo de assaltos)! Nem pensou em ligar, estava só de passagem e não iria demorar mesmo. Virou-se para partir quando quando algo como um estalo em sua cabeça o fez para.
    A rua estava deserta.
    Por que uma rua tão movimentada inexplicavelmente estava sem viva alma? O dia estava nublado e frio, quase escuro e, mesmo assim, não havia nenhuma luz em nenhuma casa.
    Virou-se num sobressalto quando um carro passou ao longe (muito longe) e num impulso correu de volta à casa.
    Parou com a mão na maçaneta da porta.
    Estava entreaberta.
    Devia ter sido o vento.
    Não havia vento.
    Olhou para cima e viu uma luz bruxuleante no outro andar; como a luz maliciosa de velas se insinuando pelas cortinas do quarto antes escuro (o quarto estava mesmo escuro ou ele não vira isso antes?). Sentiu um cubo de gelo descer até o estômago ao tentar respirar fundo. 
    Percebeu que estava suando. E tremendo. O silêncio comprimia seus ouvidos. Sua cabeça começava a rodar. Sentia que ia gritar...
    Então escancarou a porta.
    E foi tudo muito rápido. Teve de relance o horror da consciência do que estava ocorrendo a sua volta. As velas, o círculo com aquelas coisas, o cheiro no ar, de almíscar e... Algo mais. Mas logo em seguida tudo escureceu, antes que pudesse entender qualquer coisa. O grito silenciou-se em sua garganta.
    Um corpo caiu no chão, ao lado do primeiro. E a última vela se apagou.
    Nesse momento um trovão rasgou o céu e a chuva desabou.
    Um cachorro uivou ao longe. A dona de casa correu para recolher a roupa. Um carro virou a esquina. As luzes do poste se ascenderam. Uma criança começou a chorar.
    A casa permaneceu fechada. Os vizinhos achavam que a moça havia voltado para o interior e vendido a casa. Não havia animais lá; sem motivos aparentes nem gatos, nem cães, nem andarilhos, nem mesmo a hera invadia aquele terreno.
    
    Anos mais tarde uma jovem recebia as chaves da belíssima casa que comprara de um simpático senhor que lembrava seu avô de tão idoso e frágil que aparentava ser.
    — Acho que é só, obrigada — disse com um sorriso.
    — Não há de que, disponha — respondeu ele com um sorriso e um brilho no olhar que ela infelizmente não percebeu.
    Ela não sabia o que lhe aconteceria.
    Meses mais tarde os vizinhos acharam que a casa havia sido novamente desocupada e vendida.

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